Apresento-lhes meu pote de guloseimas,
meu cantinho de segredos, meu diário.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Na outra margem do rio.

    Mais uma segunda-feira se apresenta ao fim de uma curta noite de sono. Após maldizer em silêncio o barulho do despertador, ela reluta entre os lençóis a fim de conseguir coragem pra deixar o calor daquela cama tão gentil. São 6:00h da manhã, demasiado cedo para alguém que antes só acordava após o cantar do trigésimo galo. O diminuto espaço de tempo entre o quarto e o chuveiro já é por si suficiente para que lhe chegue à cabeça uma enxurrada de pensamentos dos mais variados, desde a recapitulação da agenda do dia à ligação do namorado que espera receber por volta das 8:00h a.m . O dia acontece seguindo a repetição de costume: o mesmo roteiro, a mesma rotina, as mesmas pessoas e o mesmo congestionamento. No seu rotineiro trajeto entre casa - trabalho, trabalho - faculdade, sublinham-se disparidades enormes entre o que se vê e as pessoas com as quais se encontra neste ir e vir. Há dias em que o espelho se torna testemunha de acusação aos próprios pecados. Não lhe parecia diferente. Ela vê seu reflexo e se depara com alguém que vive entre a pobreza e o seu mais tênue oposto. O pecado está em não se sentir pertencente a nenhum dos dois mundos que costuma visitar.
    Finalmente ela encontrou alguém a quem  pode dedicar seus mais íntimos afetos. E é ele. Esse cara. O cara. Ele parece entender tudo o que ela não consegue explicar. Com o gabarito digno de um membro da realeza, parece ser o príncipe pelo qual nunca se esperou. Ela não acredita em contos de fadas, e talvez seja este o pivô do seu dilema. Ela nasceu de berço humilde, ele não. Seu príncipe no cavalo branco está do outro lado do rio. De certo ela faria qualquer esforço pra ajudá-lo na travessia em busca de outras margens que não a sua ou a dele. Mas será que ele estará disposto a cavalgar com uma plebeia?

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